Por Renato Leonel Santos de Andrade - Membro da Ordem dos Economistas nº 10660
Glocalisation, adaptação local que atenta contra o conceito de globalização ou o complementa ? Robertson (2012) aborda o tema de forma muito analítica.
Após analisar ambos conceitos julgo que é justificado um debate (teórico) sobre o facto que a adaptação ao local pode atentar ao conceito em si de globalização.
Por um lado, os produtos/serviços e a brand realmente estão a expandir e alcançar um âmbito global. No entanto, a diferenciação da mencionada adaptação faz com que o produto seja mais nacional, seja mais diferenciado, o que leva a pensar que atenta contra a globalidade da situação.
Contudo, julgo que as economias a escala continuam ainda na glocalisation, e até maximizam as mesmas, mesmo que com alguns custos acrescentados.
Um exemplo simples encontro na Brand McDonalds, que aplica este conceito maravilhosamente. Quando cheguei a Portugal fiquei surpreso em ver como vendem cerveja, algo que na Venezuela não seria bem visto dada a forte associação da marca ao target infantil. Pequenas adaptações culturais que facilitam a globalização num nível local: Glocalisation.
Visto desde outro ponto de vista, imaginemos o caso do nome dum produto que num pais tenha um significado nefasto, nesse caso em concreto, se não houver uma Glocalisation renomeando o artigo, o produto em si não ia conseguir penetrar o mercado ! Logo, foi precisamente a Glocalisation, ou adaptação local, que permitiu a globalização do produto, mesmo com outro nome.
Logo, e para concluir, considero ambos conceitos interligados de uma forma não antagónica. Ou seja, para existir Globalização, em muitos casos é necessário existir uma Glocalização !
Referências bibliográficas:
• ROBERTSON, Roland (2012) - "Globalisation or glocalisation?", Journal of International Communication, https://www.researchgate.net/publication/288479222_Globalisation_or_glocalisation
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